terça-feira, 3 de agosto de 2010

- De repente, Não mais que De repente



De repente dos risos fez-se os prantos silenciosos.
Da calma fez-se a raiva.
Das vozes fez-se o silêncio permanente
Da harmonia fez-se as desavenças.
Da amizade próxima fez-se a distante.
De repente não mais que de repente.
O quarto estava vazio e sua cama arrumada.
Tudo cheio de teias parecia que há anos não aparecias por ali.
Não mais que de repente,
Sentada no banco da tarde de outono vi dançando
Sobre aquele vento e folhas amarelas e vermelhas os
Momentos, os risos, olhares, cartas, juras...
Tudo que de repente não mais que de repente mudará.
Das certezas fez-se as duvidas
Da coragem fez-se o medo
Da presença fez-se a ausência.
Não mais que de repente
De repente
Do dia fez-se a noite
Da vida fez-se a morte
Do amor fez-se o ódio
Da verdades fez-se a mentiras.
De repente não mais que de repente mudei, mudastes, calei, calastes...
De repente seja esse o mundo paralelo: fugir do racional quando a vida parece pesada
Demais, e passar a ser até quem sabe normal.
De repente amo a saudade do passado que aqui ainda não passou, ignoro o presente que me machuca
e recuso um futuro que nós convida. Então passo a não saber o que fazer com os dias que de repente ficaram tão compridos, nem como encontrar tarefas que me cessem os pensamentos, ou como frear os questionamentos, nem lágrimas diante de uma música, ou dor perante a uma imagem, a um olhar.
De repente a menininha cresceu, e não precisei abrir a janela para perceber.
Tudo inverso, tudo oposto. Amor eterno, amor novo.
De repente deixastes sobre nós um mundo cair e com tudo destruir.
Mas e agora será que devo jogar tudo pelo mar a fora... ?
Será que dá pra jogar e pro vento com o mar levar?
Não sei se fico, acho melhor ir embora, mas deixo aqui esse sentimento.
Posso respeitar e aceitar esse momento.
Mas não vou ficar por muito tempo.
E tudo será mais que de repente.

By: Gabriella Christian

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